Saudações, protetores! Um dia destes, recebi um comentário de um protetor pelo meu perfil no twitter, @ocapitaoplaneta, perguntando como podemos reciclar o papel higiênico e o papel toalha, utilizado na cozinha. Creio que isso seja dúvida de muitas pessoas, portanto resolvi falar aqui no blog.
O papel higiênico não pode ser reciclado, pois é um resíduo orgânico. Ele se enquadra nesta classe porque é normalmente jogado fora impregnado de gordura, sujeira e outras substâncias contaminantes, como as fezes. Se estiver limpo, pode sim ser reciclado. Mas daí é preferível usá-lo antes, não é? Mesmo assim, há controvérsias quanto ao descarte desse tipo de material.
Vamos deixar bem claro uma coisa: o destino correto deste papel sujo é o aterro sanitário. Ele vai direto para lá, sem nenhuma etapa antecedente. O comum mesmo é que este tipo de resíduo seja armazenado em uma cesta de lixo, separado dos demais (seco e orgânico). Então, reservar um lixinho no banheiro para isso já é uma boa iniciativa para descartá-lo corretamente.
Contudo, alguns meses atrás, a revista Superinteressante indicou aos leitores que o papel higiênico poderia ser descartado junto com a descarga do vaso sanitário, caso sua cidade possua rede de tratamento de esgoto. A ideia por trás disso é que parte do papel poderia se dissolver na água, e o restante sólido seria filtrado e despejado em aterro, de qualquer maneira. Além disso, economizaríamos sacolas plásticas, reduzindo o lixo produzido.
Como diz na música: "Aí vem o desespero..." |
Tudo bem, tem lógica. Mas o que temos que analisar é a qualidade do nosso saneamento básico. E isso sempre foi, e ainda é, um problema enorme no Brasil. Hoje, sabe-se que pouco mais da metade da população brasileira dispõe de redes de esgoto, e que só 40% dessas redes são tratadas antes de serem despejadas nos rios. É triste, mas é verdade.
Mesmo assim, se sua cidade é glorificada politicamente e possui rede de tratamento, desconfie. Segundo Enéas Salati, diretor técnico da FBDS (Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável), existem três níveis de tratamento do esgoto. Os dois primeiros fazem a captação de resíduos sólidos, principalmente industriais. O terceiro nível, que é responsável pela limpeza química da água contaminada e a deixa própria para ser despejada no mar, existe somente em parte das estações de tratamento (ETE) brasileiras. Resíduos como coliformes fecais e hormônios, considerados alguns dos maiores causadores de poluição das praias, deveriam ser retidos neste nível de purificação.
Ufa! Os protetores ainda estão ganhando... |
Ou seja, praticamente todo nosso esgoto acaba poluindo os mares cada vez mais. E considerando toda sujeira que já estamos enviando para lá, o papel higiênico usado bem que poderia ficar de fora desta. Isso sem mencionar os riscos de entupimento nos encanamentos, preocupação de empresas que inclusive trabalham com isso. Portanto, o melhor mesmo é continuarmos descartando nossos papéis sujos na lixeira do banheiro. Pelo menos enquanto o saneamento básico não é levado a sério no nosso País...
E você, protetor, como descarta seu papel higiênico ou papel toalha usado? Já sabia dessa agravante situação do nosso saneamento? Participe deixando seu comentário aqui embaixo. O poder é de vocês!
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